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Guerra Química no Maranhão: Comunidades Rurais Sob Ataque de Agrotóxicos em 2025

O ano de 2025 começa com sinais preocupantes para as comunidades rurais do Maranhão, que continuam enfrentando os impactos devastadores da pulverização aérea de agrotóxicos. Relatos de moradores descrevem uma verdadeira "guerra química", com aviões e drones despejando venenos sobre plantações, rios, igarapés e até mesmo sobre as próprias comunidades. Essa prática, que se intensificou em 2024, já vitimou 231 comunidades em 35 municípios no ano passado, e os primeiros levantamentos de 2025 indicam que o problema está longe de ser resolvido.

A Rede de Agroecologia do Maranhão (RAMA), em parceria com a Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Maranhão (FETAEMA) e o Laboratório de Extensão, Pesquisa e Ensino de Geografia da Universidade Federal do Maranhão (LEPENG), pelo segundo ano realiza um mapeamento inédito dos territórios afetados pelo uso indiscriminado de agrotóxicos. O resultado é o mapa "Territórios Diretamente Vitimados por Agrotóxicos no Maranhão - Janeiro de 2025", que identifica 20 comunidades rurais em dois municípios – São Mateus do Maranhão e Viana – como as mais impactadas no início deste ano.



Comunidades Afetadas:

  • São Mateus do Maranhão: Curva, Água Branca II, Alto Grande, Vila Nova, Dendê, Andirobal, Água Preta, Água Branca, Água Branca I, Água Branca III, Água Branca IV, Água Branca V, Água Branca VI e Setor MA-01.

  • Viana: Baía, Aldeia Nova Vila, Aldeia Taquaritiua, Aldeia Cajueiro, Piraí e Vilinha.

Impactos da Pulverização de Agrotóxicos:

A pulverização aérea de agrotóxicos tem causado danos irreparáveis às comunidades e ao meio ambiente. Entre os principais problemas estão:

  • Contaminação das águas, poços cacimbões, rios e igarapés, afetando a vida dos peixes e a qualidade da água consumida pelas populações do campo;

  • Envenenamento de alimentos cultivados pela agricultura familiar causando até mesmo a intoxicação das pessoas que a consomem;

  • Perda de produção agrícola, comprometendo a segurança alimentar e a subsistência das famílias;

  • Adoecimento físico e psicológico dos/das moradores/as, que sofrem com intoxicações e o estresse de viver sob constante ameaça.

Além disso, o uso indiscriminado de agrotóxicos ameaça a sociobiodiversidade, os modos de vida tradicionais e a permanência das comunidades em seus territórios. Relatos de moradores indicam que os venenos são despejados diretamente sobre casas, roças e até pessoas, reforçando a percepção de que os agrotóxicos estão sendo utilizados como uma arma química para expulsar as comunidades e abrir caminho para o avanço do agronegócio.

Guerra Química e Desmatamento:

A situação no Maranhão reflete uma estratégia mais ampla de grilagem de terras e desmatamento de ecossistemas vitais, como o Cerrado, a Amazônia maranhense e a Mata dos Cocais. A pulverização de agrotóxicos não apenas envenena o solo e a água, mas também serve como uma tática de intimidação, visando forçar as comunidades a abandonar seus territórios.

Como Ajudar:

A RAMA disponibiliza um canal de denúncias para que as comunidades afetadas possam relatar casos de pulverização de agrotóxicos. Envie fotos, vídeos, relatos e informações para o número de WhatsApp: (98) 8522-2988. As denúncias podem ser anônimas e são essenciais para documentar e combater essa prática devastadora.

O Mapa:

"Territórios Diretamente Vitimados por Agrotóxicos no Maranhão - Janeiro de 2025" é um alerta sobre a guerra química que assola as comunidades rurais do estado. Enquanto o agronegócio avança, é fundamental fortalecer a resistência das comunidades tradicionais e pressionar por políticas públicas que protejam seus direitos, sua saúde e o meio ambiente. A luta contra os agrotóxicos é, acima de tudo, uma luta pela vida.


Saiba mais sobre a camapnha Chega de Agrotóxicos.

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