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ATUALIZAÇÃO DO MAPA DO VENENO NO MARANHÃO (janeiro-maio, 2024)

A Rede de Agroecologia do Maranhão (RAMA) e a Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Maranhão (FETAEMA), em colaboração com o Laboratório de Extensão, Pesquisa e Ensino de Geografia da Universidade Federal do Maranhão (LEPENG), tem realizado levantamento cartográfico do uso indiscriminado de veneno em comunidades tradicionais no estado por parte do agronegócio.

O mapa intitulado “Territórios Diretamente Vitimados por Agrotóxicos no Maranhão - janeiro a maio de 2024”, compreende a atualização da primeira versão, lançada em abril e aponta que 89 comunidades tradicionais, quilombolas e assentamentos rurais em 21  municípios de nosso estado estão sofrendo graves consequências devido à pulverização de agrotóxicos, conforme pode ser observado no mapa abaixo:


Comunidades vítimas diretas de agrotóxicos no Maranhão (janeiro a maio/2024)


Infelizmente essa prática tem se tornado cada vez mais comum, trazendo consigo uma série de impactos para essas comunidades e para a natureza, como a contaminação das águas, envenenamento dos alimentos, perda de produção da agricultura familiar, além de adoecimento, tanto físico quanto psicológico.

O uso indiscriminado de agrotóxicos ameaça diretamente a conservação da sociobiodiversidade, afeta a saúde, a segurança alimentar e os modos de vida das comunidades tradicionais, além de causar riscos à vida e à permanência nos territórios. Relatos de moradores(as) de comunidades afetadas apontam que o veneno é despejado em cima de moradias, áreas de roça e até contra pessoas, o que corrobora com o entendimento de que os agrotóxicos estão sendo utilizados como arma química, no intuito de expulsar as comunidades de seus territórios.

Estamos diante de uma verdadeira guerra química contra as comunidades tradicionais. Além de promover a grilagem de terras e o desmatamento de ecossistemas vitais como o Cerrado, a Amazônia maranhense e a Mata dos Cocais, essa guerra busca amedrontar as comunidades, forçando-as a abandonar suas terras para o avanço do agronegócio.

O mapa destaca os 21 municípios afetados e as 89 comunidades em questão:


  • Fortuna e Governador Eugênio Barros (Comunidades tradicionais São Bento, Patrimônio, Centro do Canuto, Cipó, Baixo da Palmeira, São Dominguinho e Nazaré);

  • Timbiras (Comunidades tradicionais São José, Baixa Nova, Morada Nova, Buriti, Capinal, SantaVitória, Passa Mal, Marésia);

  • Pedro do Rosário (Sede Municipal);

  • Buriti (Comunidade Tradicional São Félix);

  • São Benedito do Rio Preto (Comunidade tradicional Piçarra, Assentamento Bacuri);

  • Peritoró (Comunidades tradicionais Feliz Lembrança, Queixada, Km 29, Alto Seco, Bacuri, Loteamento da Rodoviária, Santa Rita);

  • Colinas (Quilombo Peixes)

  • Parnarama (Quilombo Cocalinho e Quilombo Guerreiro)

  • Chapadinha (Povoado Santa Fé e Povoado Lagoa do Meio)

  • Lago da Pedra (Comunidade Nova Unha de Gato, Três Lagos, povoado dos Pereira, Centro dos Piaus, Sindô, Centro Novo, Centro dos Batistas e Centro dos Pedrosas);

  • Matões (Quilombo Tanque da Rodagem e Quilombo São João);

  • Caxias (Assentamento Caxirimbu, Assentamento São Pedro da Boa Vista);

  • Esperantinópolis (Comunidade Laranjal);

  • Santa Inês (Comunidade Boa Visitinha);

  • Santa Luzia (Comunidade Boa Esperança, Comunidade Cacique, Vila do Incra);

  • Açailândia (Assentamentos Santa Clara, João do Vale e Novo Oriente);

  • Mata Roma (Comunidade Santa Elvira);

  • Santa Quitéria (Comunidades Pau Serrado, Coceira, Baixao da Coceira, Rio Grande dos Lopes, Rio Grande dos Gonçalves, Caraíbas, Boa Hora, Taboca, Santa Maria, São José, Caruaras, Passagem Funda, Mata dos Fernandes, Mato Aberto, Cabeceira do Rio, Cabeceira da Tabatinga, Buriti Seco, Angelim, Onça, Bacabal, Vila Nova, Salvação, Bacuri II e Barra da Onça);

  • Brejo (Comunidades Tabocas, Macacos dos Faveiras, Gameleira, Macacos dos Vítos, Lagoa Seca, Veado Branco, Panela, Prata, Centro dos Netos, Ingá, Guarimã, Carrapatinho, Várzea do Meio e São José);

  • São Luiz Gonzaga (Comunidade Queiroz);

  • Buriticupu (Vila União Portugal, Vila Concórdia).


É importante ressaltar que há subnotificações de casos, devido às represálias e ameaças que muitas comunidades vivem em seus territórios. Por outro lado, há a urgência de que se estabeleçam os protocolos que deem conta de produzir dados reais sobre a situação dos agrotóxicos no Maranhão.

Este mapa representa uma fotografia instantânea da situação atual, mas é dinâmico e está sujeito a mudanças conforme novas denúncias são recebidas. Sua atualização contínua é fundamental para acompanhar a evolução do problema dos agrotóxicos no Maranhão e, orientar ações de intervenção e apoio às comunidades afetadas.

Nossa missão é enfrentar esse desafio de forma coletiva e incansável, protegendo nossas comunidades, preservando nossa biodiversidade e promovendo um modelo agrícola sustentável e justo para todos. Junte-se a nós nessa luta!

Queremos Territórios Livres de Veneno!


Conheça e apoie nossa a Campanha "Chega de Agrotóxicos!"

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