Nos dias 13 e 14 de fevereiro, a sede da Acesa, Bacabal (MA), sediou o Planejamento 2025 da Rede de Agroecologia do Maranhão (RAMA). Reunindo organizações, agricultores e agricultoras familiares, jovens, mulheres e lideranças de povos e comunidades tradicionais, o encontro foi um espaço de reencontros, avaliação das ações de 2024 e construção coletiva de estratégias para fortalecer a agroecologia no estado para 2025.
A RAMA, que completa 27 anos de atuação, é a rede mais antiga do Brasil dedicada à produção agrícola sustentável. Congrega mais de 16 organizações que atuam na agricultura familiar, com a agroecologia como estratégia de enfrentamento ao modelo do agronegócio, que avança sobre os territórios, ameaçando nossos biomas, envenenando as águas, os solos e as populações com agrotóxicos, destruindo toda a sociobiodiversidade.
Nesse contexto, a agroecologia se apresenta como um contraponto essencial. Mais do que uma ciência, é um movimento que integra conhecimento tradicional, mobilização política e práticas sustentáveis. Ela garante a segurança alimentar e nutricional, respeita os modos de vida dos povos e comunidades tradicionais e promove sistemas alimentares resilientes às mudanças climáticas. É, acima de tudo, a garantia de comida de verdade na mesa da população maranhense e brasileira.
O Encontro e Sua Importância
O planejamento foi marcado por místicas, cantos das comunidades, análises de conjuntura e debates sobre os desafios e perspectivas para o futuro. Um dos destaques foi a discussão sobre a COP 30 e a Cúpula dos Povos, espaços que a RAMA pretende ocupar com força, levando as vozes das comunidades tradicionais e suas lutas.
Foram apresentados os projetos em andamento e as prestações de contas das atividades realizadas em 2024. Já no segundo dia, os Grupos de Trabalho (GTs) se reuniram para traçar as ações prioritárias para 2025. Os GTs de e Juventude, Comunicação, Mulheres e Comercialização trouxeram propostas que refletem a diversidade e a força da rede, sempre com o objetivo de fortalecer a agroecologia nos territórios.
Nossas Perspectivas:
Didi Alves, coordenador técnico da ACESA e membro da Coordenação Política da RAMA, destacou: “A RAMA congrega mais de 16 organizações que atuam na agricultura familiar, com a agroecologia como estratégia de enfrentamento ao modelo do agronegócio. Estamos aqui construindo planejamento de ações para 2025, a partir das temáticas das mudanças climáticas, da luta contra os agrotóxicos e da nossa participação na COP 30. É um momento superimportante para disseminar e difundir a agroecologia no Maranhão.”
Cidivânia Andrade, da TIJUPÁ e da Coordenação Política da RAMA, reforçou: “A agroecologia é ciência, movimento, conhecimento e mobilização política. Estamos planejando ações que fortalecem os sistemas alimentares sustentáveis, promovendo a sociobiodiversidade e a segurança alimentar. É sobre colocar comida de verdade na mesa da população e garantir o respeito aos modos de vida.”
Ivanessa Ramos, agricultora familiar e membro da Coordenação Política da RAMA, com sensibilidade falou: “Esse momento de planejamento representa a nossa vida, as nossas decisões e o futuro que é agora. Os sistemas agroflorestais são a essência da RAMA: trabalhamos em conjunto com a natureza, protegendo o solo, as águas e os animais. É um processo ancestral, que vem sendo passado de pais para filhos, e queremos que mais pessoas conheçam e se somem a essa luta.”
Organizações e Territórios Presentes
Estiveram presentes organizações como CMTR, AMTQC, ASSEMA, ACESA, JNT, IRCOA, UAEFAMA, MIQCB, AMTR, FETAEMA, STTR, ISPN, TIJUPÁ e AVESOL, representantes que vieram de diversas localidades, territórios e cidades do estado do Maranhão como Viana, São Luís Gonzaga, Imperatriz, Lago do Junco, Peritoró, Bacabal, Ato Alegre, Santa Rosa dos Pretos, Nova Vila de Codó, Lago da Pedra, Bertulino e Santa Inês.
O Esperançar da Agroecologia pela RAMA
O Planejamento 2025 da RAMA foi mais do que um encontro: foi a reafirmação de um compromisso com a vida, com a terra e com o futuro. Em tempos de desafios climáticos e avanço do agronegócio, a agroecologia se mostra como um caminho possível e necessário. É a certeza de que, unidas, unides e unidos, podemos construir um Maranhão e um Brasil mais justos, sustentáveis e cheios de vida.
A luta continua, e a esperança é nossa semente. Viva a agroecologia! Viva a comida de verdade!
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