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RAMA, FETAEMA e LEPENG Apresentam Mapa do Veneno no Maranhão

A Rede de Agroecologia do Maranhão (RAMA) e a Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Maranhão (FETAEMA), em colaboração com o Laboratório de Extensão, Pesquisa e Ensino de Geografia da Universidade Federal do Maranhão (LEPENG), apresentam um levantamento cartográfico do uso indiscriminado de veneno em comunidades tradicionais no estado por parte do agronegócio.

O mapa intitulado “Territórios Diretamente Vitimados por Agrotóxicos no Maranhão - janeiro a abril de 2024”, aponta que 34 comunidades tradicionais, quilombolas e assentamentos rurais em 12 municípios de nosso estado estão sofrendo graves consequências devido à pulverização de agrotóxicos.


Comunidades vítimas diretas de agrotóxicos no Maranhão (janeiro a abril/2024)


Lamentavelmente, essa prática tem se tornado cada vez mais comum, trazendo consigo uma série de impactos para essas comunidades e para a natureza, como a contaminação das águas, envenenamento dos alimentos, perda de produção da agricultura familiar, além de adoecimento, tanto físico quanto psicológico.

O uso indiscriminado de agrotóxicos ameaça diretamente a conservação da sociobiodiversidade, afeta a saúde, a segurança alimentar e os modos de vida das comunidades tradicionais, além de causar riscos à vida e à permanência nos territórios. Relatos de moradores(as) de comunidades afetadas apontam que o veneno é despejado em cima de moradias, áreas de roça e até contra pessoas, o que corrobora com o entendimento de que os agrotóxicos estão sendo utilizados como arma química, no intuito de expulsar as comunidades de seus territórios.

Estamos diante de uma verdadeira guerra química contra as comunidades tradicionais. Além de promover a grilagem de terras e o desmatamento de ecossistemas vitais como o Cerrado, a Amazônia maranhense e a Mata dos Cocais, essa guerra busca amedrontar as comunidades, forçando-as a abandonar suas terras para o avanço do agronegócio.

O mapa destaca os 12 municípios afetados e as 34 comunidades em questão:


  • Pedro do Rosário

  • São Benedito do Rio Perto (Comunidades tradicionais Piçarra e Assentamento Bacuri)

  • Buriti (Comunidade Tradicional São Félix)

  • Chapadinha (Comunidades Tradicionais Povoado Santa Fé e Povoado Lago do Meio)

  • Timbiras (Comunidades Tradicionais São José, Barra Nova, Morada Nova, Buriti, Capinal, Santa Vitória, Passa Mal e Maresia)

  • Caxias (Assentamento Caxirimbu e Assentamento São Pedro da Boa Vista) 

  • Matões (Quilombo Tanque da Rodagem e Quilombo São João)

  • Peritoró (Comunidades Tradicionais Feliz Lembrança, Queixada, KM 29, Alto Seco, Bacuri, Loteamento da Rodoviária)

  • Parnarama (Quilombo Cocalinho e Quilombo Guerreiro)

  • Fortuna e Governador Eugênio Barros (Comunidades Tradicionais São Bento, Patrimônio, Centro do Canuto, Cipó, Baixo da Palmeira, Dominguinho e Nazaré)

  • Colinas (Quilombo Peixes)

  • Lago da Pedra (Comunidade Tradicional Nova Unha de Gato)


É importante ressaltar que há subnotificações de casos, devido às represálias e ameaças que muitas comunidades vivem em seus territórios. Por outro lado, há a urgência de que se estabeleçam os protocolos que deem conta de produzir dados reais sobre a situação dos agrotóxicos no Maranhão.

Este mapa representa uma fotografia instantânea da situação atual, mas é dinâmico e está sujeito a mudanças conforme novas denúncias são recebidas. Sua atualização contínua é fundamental para acompanhar a evolução do problema dos agrotóxicos no Maranhão e, orientar ações de intervenção e apoio às comunidades afetadas.

Nossa missão é enfrentar esse desafio de forma coletiva e incansável, protegendo nossas comunidades, preservando nossa biodiversidade e promovendo um modelo agrícola sustentável e justo para todos. Junte-se a nós nessa luta!

Queremos Territórios Livres de Veneno!


Conheça e apoie nossa a Campanha "Chega de Agrotóxicos!"

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