RAMA e Campanha Contra os Agrotóxicos denunciam guerra química nos territórios na V Feira Nacional da Reforma Agrária
- Rama rede de agroecologia
- há 6 dias
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A Rede de Agroecologia do Maranhão (RAMA) esteve presente na V Feira Nacional da Reforma Agrária, realizada de 8 a 11 de maio no Parque da Água Branca, em São Paulo, somando força ao seminário “Agrotóxicos e Guerra Química”, promovido pela Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.
A atividade foi um espaço potente de denúncia e resistência contra o avanço dos venenos nos territórios e contou com a participação de representantes de diferentes frentes de luta. A mesa foi composta por Linalva Cunha Cardoso (RAMA/Campanha), Alan Tygel (Campanha Contra os Agrotóxicos), Ricardo Costa (Embrapa/AMESAMPA), Emiliano Maldonado (Coletivo Jurídico Zé Maria do Tomé) e mediação de Jakeline Pivato (Campanha).
Lina Cunha, da coordenação política da RAMA, levou as experiências no combate na luta contra o avanço do agronegócio na Amazônia e Cerrado maranhenses, sobretudo no combate ao uso indiscriminado de agrotóxicos no estado do Maranhão e destacou em sua fala que o que se apresentava ali não era a voz de uma liderança ou de uma rede isolada, mas sim:
“A voz das comunidades tradicionais que acompanhamos e que estão na ponta. São elas que contribuem para fortalecer os instrumentos que temos hoje, a partir dos conhecimentos tradicionais e da realidade local.”
Ela também ressaltou o caráter coletivo da luta:
“Nossa luta não é isolada, é coletiva. Não é apenas local ou estadual, mas global — pela vida, pela saúde e pelo processo de produção e reprodução dos povos e comunidades tradicionais do campo, da cidade, das águas, da terra e das florestas.”
Durante o seminário, foram compartilhados os dados alarmantes das consequências do modelo químico de produção. Segundo levantamento realizado pela RAMA, pela FETAEMA e pelo Laboratório de Estudos e Pesquisas em Educação do Campo (LEPENG/UFMA), 231 comunidades de 35 municípios maranhenses foram impactadas pela pulverização aérea de agrotóxicos somente em 2024.

A mesa também denunciou a entrada dos drones como nova ferramenta de pulverização no estado — uma tecnologia silenciosa que dificulta a fiscalização e amplia os riscos à saúde das populações e ao meio ambiente.
A presença da RAMA nesse espaço reforça a importância da articulação entre movimentos sociais, redes agroecológicas, comunidades e pesquisadores. A experiência de mapeamento e monitoramento constante nos territórios foi apresentada como uma prática política, pedagógica e de enfrentamento direto ao agronegócio e sua lógica de morte.
A Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida e a RAMA seguem juntas, em aliança com organizações no Brasil e no mundo, fortalecendo os caminhos da agroecologia.
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