Vozes da Agroecologia ecoam na Amazônia Maranhense e lançam sementes para o futuro
- Rama rede de agroecologia
- há 3 dias
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Com os pés na terra e os olhos no horizonte: encerramos uma etapa, seguimos em luta
Chegamos ao fim de um ciclo. Não o fim da caminhada, mas de uma etapa fértil, feita de encontros, partilhas e raízes lançadas fundo na terra e nos corações. Entre os dias 28 e 30 de abril, estivemos reunidas e reunidos em Bacabal, na sede da UAEFAMA, para o seminário "Vozes da Agroecologia na Amazônia Maranhense: Seminário de Saberes e Partilhas", momento que marcou o encerramento do projeto Agroecologia para a Proteção das Florestas da Amazônia.

Ao longo de três anos, vivemos um processo coletivo de escuta, de mobilização, de denúncia e anúncio. Caminhamos com os territórios, mulheres, juventudes, quebradeiras de coco, quilombolas, pescadores, agricultores e agricultoras. Cultivamos tecnologias sociais, fortalecemos redes de resistência e afirmamos: a agroecologia é nossa resposta às crises, ao veneno, ao desmatamento e à injustiça.
O seminário foi mais que um encerramento. Foi rito de passagem. Celebramos nossas vitórias, choramos por nossas dores, ouvimos os tambores da luta e renovamos nossos votos com a Mãe Terra. Trocamos saberes, relembramos processos, conectamos ancestralidade com futuro.
Agradecemos, de coração aberto, a todas, todos e todes que caminharam conosco. Às organizações que formam nossa Coalizão Agroecologia para a Proteção das Florestas da Amazônia — ACESA, RAMA, GEDMMA/UFMA, Tijupá, Justiça nos Trilhos — e aos nossos parceiros da Fundación Avina e VAC, que confiaram na força dos povos e das florestas.
“A gente acredita no trabalho a partir da agroecologia, nessa semente que vocês plantam e que vai seguir germinando, inundando tantas outras pessoas com saberes que são muito únicos e próprios. Então, muito, muito obrigado por todos esses anos.” Natália Maia – Fundação Avina

Seguimos. Com os olhos atentos às ameaças, mas também iluminados pela esperança. O projeto se encerra, mas a missão pulsa ainda mais viva. Vamos seguir semeando agroecologia, defendendo territórios livres de veneno, fortalecendo as comunidades, incidindo politicamente e ampliando os espaços de escuta e transformação.
“Foram várias conquistas obtidas a partir desse projeto. Agora, a gente começa um novo ciclo, que terá como eixo principal o Observatório da Sociobiodiversidade e do Clima. E a gente espera que, nesse ciclo, possamos ampliar as conquistas, ampliando as possibilidades de inter-relações e de intercâmbios entre as comunidades, fortalecendo os aprendizados que já estamos desenvolvendo e desejamos aprofundar. Além disso, queremos garantir condições para uma intervenção cada vez mais forte no enfrentamento às mudanças climáticas e na conservação da sociobiodiversidade no nosso estado do Maranhão.” Horácio Antunes – GEDMMA/UFMA

Agora, nosso caminho continua com o Observatório Popular de Políticas de Sociobiodiversidade e Clima do Maranhão, que carrega as sementes dessa jornada e as lançará sobre novos solos de luta — do Cerrado à Amazônia maranhense.
Seguiremos com fé, força e ternura, cultivando um futuro justo e coletivo, regado pela esperança e pela ancestralidade de quem nunca deixou de lutar.
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