No estado do Maranhão são inúmeras as denúncias de pulverização aérea de agrotóxicos impactando duramente comunidades tradicionais, rurais e assentamentos, que veem seu alimento e água sendo envenenados e seus corpos e mentes adoecidos, se desdobrando também em envenenamento nas cidades, tendo em vista que é o que o campo planta, que a cidade janta.
Cabe ressaltar que a pulverização aérea acontece tanto por avião, quanto por drone e que ambos causam impactos e destruição nos territórios, e sendo assim, a lei precisa abranger a proibição dos dois. Apesar de a pulverização por drone estar sendo mencionada como "alternativa sustentável", também representa riscos, pois independente do meio, o que ocorre no fim é a chuva de veneno nos territórios.
Devido a esse cenário de exposição ao veneno, a Cooperativa dos Pequenos Produtores Agroextrativistas de Lago do Junco - COPPALJ, que trabalha com a produção de óleo de coco babaçu orgânico com o selo do IBD, atualmente corre sério risco de perder sua certificação, pois, mesmo com todos os esforços para um processo de produção realizado totalmente livre de veneno, vê os territórios envenenados por grandes fazendeiros e empresas, por meio da pulverização aérea.
A falta de fiscalização adequada por parte dos órgãos federal, estadual e municipal, cria o ambiente perfeito para que casos como esse aconteçam, com prejuízos que se desdobram majoritariamente para os pequenos produtores. Por outro lado, observamos o aumento de casos de doenças no Brasil, como o câncer, doenças de pele, doenças respiratórias, abortos espontâneos e presença de agrotóxicos como o glifosato até mesmo no leite materno, conforme apontam estudos recentes, pois os alimentos e as águas tem sido cada vez mais envenenados, com agrotóxicos quem em muitos países são proibidos, mas no Brasil, são permitidos e passam junto com a boiada.
Para se construir caminhos que possibilitem uma regulamentação para fiscalização e enfrentamento desse cenário desafiador, vem sendo articulado junto a representantes do legislativo municipal de Lago do Junco, um projeto de Lei que visa reduzir gradualmente a utilização de agrotóxicos no município até 2034, caminhando ainda para uma transição agroecológica.
O projeto de lei foi apresentado pela vereadora Elidevan Ferreira e propõe a instituição de uma Zona Livre de Agrotóxicos. É de suma importância o apoio da sociedade civil e da imprensa, pautando-se na defesa da saúde, de uma alimentação digna e saudável e da proteção do Meio Ambiente e de seus Povos e Comunidades.
Queremos Territórios Livres de Veneno! 🌱
Conheça e apoie nossa a Campanha "Chega de Agrotóxicos!"
*texto completo no site da @rama_maranhao (link da bio)
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