A Rede de Agroecologia do Maranhão – RAMA, vem por meio desta nota apresentar seu posicionamento sobre a escolha do Superintendente Regional do Maranhão da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), divulgada nesta segunda-feira. A RAMA, por meio de uma carta de apoio, fez a indicação para a composição do supracitado cargo, carta esta que contou com o apoio de 51 organizações, entre movimentos sociais, grupos de quebradeiras-de- coco babaçu, redes e fóruns de organizações da sociedade civil, sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais, associações representativas de agricultores e agricultoras familiares e organizações sem fins lucrativos.
A RAMA também realizou todo um processo de diálogo com parlamentares e gestores do plano federal, tendo intuito de abrir um debate na sociedade do que seria mais importante em termos de gestão para que a Conab/MA atuasse realmente como um órgão que apoiasse as ações de combate à fome e fortalecimento da agroecologia das organizações do campo, das florestas, das águas e das cidades, deixando todo o período da gestão do governo Bolsonaro para trás. Mas infelizmente, essa parcela importante de representação do povo maranhense que subscreveu na carta e que tem historicamente realizado ações de promoção de segurança alimentar e nutricional, tendo como base a agroecologia e visando a soberania alimentar não foi mais uma vez ouvida. Mas para além do simples fato de não ter sido respeitado a abertura de um espaço de diálogo com quem representa e executa as ações na ponta, como preconiza um Estado democrático legítimo, manter no cargo majoritário do principal órgão federal que tem como missão assumida pelo governo eleito de retirar o Brasil, assim como o Maranhão, do mapa da fome, a representação do grupo político que foi vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados e continua na base de apoio, agora como oposição, combatendo as ações do atual governo federal nos deixa com muitas preocupações de como será usado esse importante órgão, e que poderá representar o fortalecimento de um projeto de extrema direita que vai prejudicar o desenvolvimento das ações do governo federal eleito para transpor e fomentar a cada vez mais representantes do fascismo nas instâncias do executivo e do legislativo dos entres federativos.
Como legítima representante do movimento agroecológico nacional no Maranhão e tendo como marca de sua história o combate a tudo que ameaça as vidas nos territórios, a RAMA repudia a indicação de um representante ligado as forças de extrema direita, que tem entre seus representantes no Maranhão o Deputado Antônio da Cruz Filgueira Neto (conhecido como Marreca Filho) do partido Patriota, contrário ao projeto de desenvolvimento social do governo do Presidente Lula e denuncia que essa indicação poderá representar o uso político das ações de segurança alimentar e nutricional para eleição de um maior número de candidaturas de extrema direita que representa um risco a todos e todas no estado e em especial aos povos dos campos, das águas e das florestas.
Por fim, reafirmamos que continuaremos firmes na defesa dos direitos dos povos de produzirem segurança alimentar e nutricional por meios da agroecologia em seus territórios e que estaremos alerta para tudo que possa ameaçar a nossa democracia.
Sem Agroecologia não temos futuro!
São Luís, 13 de junho de 2023.
Rede de Agroecologia do Maranhão – RAMA
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